terça-feira, 4 de junho de 2013

Formando Mulheres Inteligentes e Virtuosas. Mulher VADIA é Mulher Burra e "demoníaca".

Formigas de asas, mulheres sem chão
                                       
Ao rejeitar a racionalidade greco-romana e a ética judaico-cristã, as feministas brutalizam o homem e enterram a civilização, convocando as mulheres para o suicídio coletivo

“Na bruma ten­sa das paixões que vêm de dentro, elas vão chegando para protestar nas ruas; com seus cartazes, peitos nus, cabelo ao vento, e o sol quarando suas peles seminuas.” Essa paráfrase do célebre maracatu de Alceu Valença poderia servir de anunciação à “Marcha das Vadias”, o novo fenômeno dos movimentos sociais. Mas os cartazes empunhados pelas militantes da marcha estão mais para o funk carioca de Mister Catra do que para o lirismo do compositor pernambucano. A Marcha das Vadias é mais do que irreverente — ela se caracteriza pela licenciosidade, em que as mulheres, a pretexto de protestar contra a violência dos homens, violentam o próprio corpo, inscrevendo nele os mais sórdidos palavrões.

No sábado, 25 de maio, várias cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte e Recife, foram palco da Marcha das Vadias. No mesmo final de semana, outras marchas foram realizadas em Florianó­polis, Fortaleza, São Luís e Aracaju. Em Goiânia, a Marcha das Vadias está programada para o próximo sábado, 8, às 9 horas, saindo da Praça Universitária, passando pela Praça Cívica e pela Praça do Bandeirante e voltando à Praça Cívica, onde acontecerá o encerramento da passeata. Segundo dados do próprio movimento nas redes sociais, a primeira Marcha das Vadias em Goiânia foi realizada em 14 de julho de 2011 e a segunda, em 7 de julho de 2012. Mas a exemplo do que ocorre com as Paradas Gays, qualquer pretexto serve para as autointituladas “vadias” saírem às ruas e várias outras marchas já ocorreram no Estado.

Simone de Beauvoir, escritora e mãe do feminismo moderno: a pregação da igualdade fictícia entre os sexos
 
As organizadoras da marcha também afirmam que se trata de um movimento autônomo e apartidário, praticamente espontâneo, mas a realidade é bem outra. A Marcha das Vadias teve início numa universidade canadense e, ao menos no Brasil, também é sustentada pelas universidades, por intermédio dos diversos coletivos feministas que proliferam na academia, muitos deles custeados com bolsas de pesquisa científica, sob o pretexto de estudarem as relações de gênero. Mesmo se tratando de um movimento recente e vazio, sem história e sem metas, a Marcha das Vadias já contabiliza 63 referências no banco de pesquisadores da Plataforma Lattes, que reúne o currículo de todos os pesquisadores do País. E dez referências são de pesquisadores com doutorado, o que mostra a importância crescente do tema. Na cidade goiana de Jataí, por exemplo, a Marcha das Vadias realizada em 9 de março deste ano foi promovida pelo Projeto de Extensão Gênero, Direitos e Violência do Câmpus de Jataí da Universidade Federal de Goiás (UFG), saindo das dependências da instituição no município.

Modismo nasceu no Canadá

 A Marcha das Vadias nasceu em Toronto, a maior cidade do Canadá, com 2,5 milhões de habitantes. Em 24 de janeiro de 2011, o policial Michael Sanguinetti foi à Osgoode Hall Law School, uma das mais antigas Faculdades de Direito do Canadá, proferir uma palestra sobre segurança pessoal para os estudantes. Apenas dez alunos se interessaram pelo evento, o que deve ter estimulado o policial a falar sobre o tema com mais informalidade. Num dado momento da preleção, referindo-se aos crimes sexuais em Toronto, que apresentavam um número elevado (para os padrões do Canadá), Sanguinetti disse que iria falar sem rodeios e alertou: “Eu não deveria falar sobre isso, mas tenho dito que as mulheres devem evitar se vestir como vadias para não serem vítimas”.

A declaração foi sendo repassada de boca em boca e gerou indignação na universidade. Além de ser enquadrado num programa de capacitação, o policial enviou uma mensagem de correio eletrônico para a universidade, na primeira quinzena de fevereiro, desculpando-se pelo que havia dito. “Fiz um comentário impensado, que não reflete o compromisso do Serviço de Polícia de Toronto com as vítimas de agressões sexuais”, escreveu. O policial disse, ainda, que os crimes violentos, como assaltos sexuais, podem ter um efeito traumatizante sobre as suas vítimas e, diante disso, reiterou que seu comentário fora prejudicial. “Estou envergonhado pelo comentário que fiz e que não deve ser repetido. Peço desculpas por quaisquer maus sentimentos que meu comentário possa ter despertado”, concluiu.

Mas seu pedido de desculpas foi em vão. Valendo-se das redes sociais, especialmente do Facebook, um grupo de estudantes da universidade resolveu protestar contra a declaração do policial, criando uma marcha de protesto intitulada “Slut Walk”, em inglês, ou Marcha das Vadias (ou “putas”, “cadelas”), em português. A marcha canadense arregimentou cerca de 3 mil pessoas e, já nas semanas seguintes, ultrapassou as fronteiras do riquíssimo país norte-americano e se espalhou por várias cidades dos Estados Unidos. Em seguida, o modismo canadense chegou à Argentina, Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Suécia e Reino Unido, além do Brasil. Hoje, também é realizada na França, na Alemanha e em vários outros países, sempre com o mesmo objetivo — desafiar o senso comum por meio da adoção subversiva do termo “vadias” pelas próprias mulheres.
 


Sem ética e sem razão

 As organizadoras paulistas da marcha contam que o movimento utiliza o termo “vadias” para “ressignificá-lo e ironizar o ideário disseminado pelo patriarcado”, que considera a vadia “uma mulher vulgar, promíscua, que não esconde seus desejos sexuais e que isso é algo negativo”. A proposta da marcha, dizem as militantes, é combater o pensamento de que a mulher, quando vista como “provocante”, deve ser culpada pela própria violência sexual de que é vítima. “A marcha defende que atender a seus próprios desejos, independentemente do julgamento alheio, é uma demonstração de liberdade e autonomia”, dizem suas organizadoras, ecoando o espírito antipatriarcal não só da primeira marcha realizada em Toronto, mas de todo o utópico ideário feminista, que se alimenta da negação do homem.

Diz um antigo provérbio popular, aplicado às mulheres pelos machistas, que “formiga, quando quer se perder, cria asas”. Outro provérbio, de origem bíblica, diz que “é pelos frutos que se conhece a árvore”. Combinando esses dois provérbios, pode-se ter um diagnóstico preciso da Marcha das Vadias, cujos frutos palpáveis são as palavras de ordem de suas militantes nas ruas durante as passeatas. E elas falam por si. São palavras ao vento, filhas da irracionalidade dos movimentos sociais, que nascem dos instintos e renegam a razão. Durkheim dizia que lógica e moralidade andam juntas e que o mínimo de uma é necessário para que subsista o mínimo da outra. A Marcha das Vadias prova que o grande sociólogo francês estava coberto de razão: ao romper totalmente com a moralidade, a marcha rompe também com a lógica. Ou é o contrário: por ter rompido com a lógica, é que ela rompeu com a moralidade?

O cartaz mais recorrente nas Marchas das Vadias é o que associa a “santa” com a “puta”. Mas essa associação não obedece a uma lógica. Ela varia conforme a militante. Umas dizem: “Nem santa, nem puta, sou livre”. Outras gritam: “Sou santa, sou puta, sou livre”. Uma flagrante contradição, sem dúvida. Também é comum o cartaz que propõe um enunciado e três opções de resposta: “Um homem sem camisa: 1) está com calor; 2) vai jogar bola; 3) quer ser estuprado, claro”. Para as militantes, a resposta correta, que aparece marcada no cartaz, é a terceira, supostamente ironizando os ma­chistas que alegam que uma mu­lher sem roupa está se oferecendo aos homens. Ora, homem não tem seios e o equivalente masculino de uma mulher sem sutiã seria um homem de cuecas, o que é inadmissível em locais públicos.


Luta vã com a natureza

 Aliás, ao contrário do que afirmam as “vadias”, a nudez masculina é até mais proibida pela difamada “sociedade patriarcal” do que a feminina. Além de exibirem fartamente seios e nádegas, as mulheres também são vistas com muita frequência em nu frontal. Já o nu frontal masculino, mesmo nesse cenário de devassidão, continua sendo rigorosamente proibido e as raras fotos de homens com genitais à mostra geralmente são feitas em grupos, com mulheres também nuas, o que dilui o impacto do membro masculino, por sinal, sempre adormecido nessas ocasiões. E por que o nu frontal do homem é proibido? Porque é agressivo, porque põe em risco a integridade física das mulheres, porque um homem nu, ao contrário do que diz o tolo cartaz da marcha, não quer ser estuprado: ele pode estuprar — coisa que as mulheres não podem. Já imaginaram se os cavalos não tivessem um saco escrotal a lhes esconder inteiramente o pênis? Nem as éguas se sentiriam seguras.

Mas as feministas, que inspiram a Marcha das Vadias, teimam em negar um dado incontornável da natureza — homens e mulheres são fisicamente diferentes, e o homem, para o bem e para o mal, é mais forte. Prova disso é que outros cartazes recorrentes nas marchas ilustram essa igualdade fictícia entre machos e fêmeas, idealizada por Simone de Beauvoir numa obra clássica do feminismo, o ambicioso “O Segundo Sexo”, publicado em 1949 e traduzido para mais de 30 idiomas. “Meu corpo, minhas regras” — diz um cartaz. “Você tem colhões? Eu tenho coragem” — diz outro. “Sou vadia, mas isso não te dá o direito de me estuprar” — estampa um terceiro. “Pelo direito de expressar minha sexualidade e minha sensualidade sem ser estuprada” — afirma o cartaz de uma mocinha com os seios totalmente nus. “Minha minissaia não é um convite, seu tarado” — reitera outra, com as pernas à mostra. “Não sou um pedaço de carne” — escreve uma mulher nas próprias coxas. Outra moça arremata num cartaz: “A porra da buceta é minha”.

As ofensas à religião também são recorrentes. “Tirem seus rosários dos meus ovários” — diz um cartaz. “Estado laico porra” — grita outro, sem se preocupar com o português. E, em Recife, na Marcha das Vadias de 2011, um moço de longos cabelos, barba e coroa de espinhos, vestido com uma túnica branca, desfilava beijando mulheres de perucas vermelhas, que portavam cartazes com os dizeres: “Jesus ama as vadias”. E o próprio rapaz fantasiado de Cristo, trazia um cartaz com ofensas à Nossa Senhora: “Mamãe também era vadia?”. Além disso, a Marcha das Vadias irrompe na porta das igrejas, principalmente católicas. No ano passado, no Rio de Janeiro, as manifestantes, com seus trajes e cartazes indecorosos, tentaram invadir a Igreja Matriz Nossa Senhora de Copacabana na hora da missa, sendo impedidas pela polícia. Mesmo assim, uma manifestante tirou a blusa e ficou com os seios à mostra no pátio do templo, causando revolta nos fiéis.
 


Dessacralização do corpo

Quando as “vadias” gritam que é preciso tirar os rosários de seus ovários, elas não apenas ofendem a Igreja Católica: estão dessacralizando o próprio corpo — o que é um suicídio. A prova inconteste desse processo suicida de profanação do corpo humano é que muitas “vadias” nem portam cartazes — escrevem as palavras de ordem em seus próprios seios, coxas, costas e ventre, transformando o próprio corpo — e até o corpo de suas filhas pequenas — em mero suporte do movimento. A diferença entre esse uso que as “vadias” fazem de seu corpo e o que um torturador faz do corpo de suas vítimas é apenas uma diferença de grau — na essência não há diferença alguma. Tanto para a “vadia” quanto para o torturador, o corpo humano é apenas um objeto manipulável, sem individualidade alguma, mero receptáculo da vontade coletiva de ocasião, da qual se julgam portadores.

Como demonstra Durkheim, o que sustenta a civilização é a individualidade de homens e mulheres, construída a duras penas ao longo dos séculos, na passagem da “solidariedade mecânica” das tribos primitivas, cujos membros se assemelhavam às engrenagens uniformes de um relógio, à “solidariedade orgânica” das civilizações modernas, cujos indivíduos, filhos da complexa divisão social do trabalho, são como os órgãos do corpo humano, cada um com sua especificidade única, mas todos obrigados a funcionarem em harmonia, pois nenhum deles se basta sozinho. Ao despirem o indivíduo da civilização que o criou, os recentes movimentos sociais contemporâneos — como a Marcha das Vadias, a Parada Gay e a Marcha da Maco­nha — representam um perigoso retrocesso ao tempo das tribos primitivas, em que o indivíduo não valia nada por si mesmo, mas somente como instrumento da engrenagem social.

Os homens e mulheres atuais — potencialmente os mais livres de toda a história da humanidade — são filhos do intercâmbio milenar e complexo entre a civilização greco-romana e a civilização judaico-cristã. A própria noção de direitos humanos, apropriada indevidamente pelos revolucionários de esquerda, é fruto dessa simbiose e se tornou possível com o advento da privacidade do indivíduo, sobretudo a partir do século 18. É o que demonstra a historiadora panamenha Lynn Hunt, radicada nos Estados Unidos, no livro “A Invenção dos Direitos Humanos” (Companhia das Letras, 2009, 288 páginas). “A autonomia individual depende de uma percepção crescente da separação e do caráter sagrado dos corpos humanos”, afirma Lynn Hunt. E acrescenta, de modo taxativo: “Para ser autônoma, uma pessoa tem de estar legitimamente separada e protegida na sua separação; mas, para fazer com que os direitos acompanhem essa separação corporal, a individualidade de uma pessoa deve ser apreciada de forma mais emocional”.
A utópica igualdade de gênero

Homens e mulheres só podem ser iguais no plano do espírito, da inteligência, da civilidade. Reduzidos ao mero corpo de cada um, o homem vira macho — como o cavalo e o galo — e a mulher vira fêmea — como a égua e a galinha. E basta ver o que os correspondentes do homem nesse reino animal fazem com suas respectivas fêmeas para se ter uma ideia do futuro que aguarda as mulheres num mundo sem os valores greco-romanos e judaico-cristãos, com o qual sonham as feministas. Justamente por causa do arrefecimento desses valores — muito mais do que pela mera desigualdade social — é que os índices de violência dos centros urbanos em todo o mundo, especialmente no Brasil, estão atingindo níveis insuportáveis. Quando empunham seus cartazes contra a Igreja e a família tradicional, reclamando dos assassinatos e estupros de que são vítimas, as “vadias” se esquecem que os verdadeiros estupradores e assassinos não se comovem com palavras de ordem, mas têm seus instintos aguçados pela carne que elas expõem.

É fácil para uma jovem estudante universitária — protegida por familiares e amigos — expor os seios em praça pública, dizendo que adora gozar, mas que sua nudez ostensiva, como se fora um bem de uso público, não é um convite ao sexo. Essa atitude chega a ser ofensiva diante da jovem de periferia, que ao voltar tarde da noite do trabalho, esperando ônibus em pontos ermos e ruas escuras, não pode ostentar a mesma autonomia na cara do estuprador de carne e osso — e não simbólico — que atravessa seu caminho. De fato, o policial canadense estava errado: as autointituladas “vadias” não induzem, com sua atitude, o estupro de si mesmas, mas, sem dúvida, contribuem para transformar a mulher em objeto e, ao fazê-lo, reforçam nos machos brutais a convicção de que mulher é mesmo para ser usada. Mas eles não terão acesso às protegidas “vadias” das marchas — suas vítimas serão quase sempre as infelizes mulheres de periferia, que cruzam cotidianamente seu caminho.


 Se a Marcha das Vadias quisesse, de fato, defender as mulheres deveria começar reivindicando a redução da maioridade penal para, no mínimo, 14 anos (pois nessa idade um garoto já é capaz de estuprar uma mulher) e deveria defender também o aumento das penas para todos os homicidas, sem importar o sexo de suas vítimas, pois basta proteger a vida humana para se proteger automaticamente todas as mulheres. Mas as feministas que promovem a Marcha das Vadias fazem justamente o contrário: elas são as primeiras a defender não só os direitos humanos dos presos, mas até seus supostos “direitos sexuais”, por meio das visitas íntimas nos presídios. Na prática, elas transformam a mulher em mero repasto de facínoras, condenadas a transportar drogas na vagina e a fazer sexo nas celas como se fossem animais. A Marcha das Vadias finge dar asas à mulher, mas, na verdade, tira-lhes o próprio chão.



Publicado no Jornal Opção

José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.

Fonte via: http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/14194-formigas-de-asas-mulheres-sem-chao.html






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